quinta-feira, 15 de julho de 2010

A verdade das mentiras

O que fazer quando descobrimos que tudo o que acreditamos não é real? Que tudo é uma mentira?


A essa altura do campeonato já entendi que na vida, passamos por esse ficar sem chão por várias vezes. Seja porque o papai Noel não existe ou porque o grande amor que tinha escolhido não é esse grande amor. E agora parece que essas desilusões são tão necessárias e tão reais quanto a dor de se sentir só.


Eu não lembro como foi que parei de acreditar em papai Noel, mas lembro de como me senti vazia quando o namoradinho se foi me dizendo adeus e tudo o mais. Me lembro, também, de quando a minha melhor amiga me disse num quarto que ia embora. E eu sentia que a vida não ia continuar.


E todas as vezes tive que lidar com essas separações sozinha. Eu e o que eu sentia. Sempre foi eu e eu. Eu e o que acreditava e no que eu ia acreditar. E não é sempre assim? Às vezes acho que fico me agarrando a essas verdades para dizer quem sou.


Mas é justamente isso! Eu sou o que penso, e, sobretudo, o que sinto. Então hoje eu sou solidão. Porque mais uma vez as verdades desaparecem... tudo vazio.


Troquei Papai Noel pelos brinquedos que via na televisão e os pedia aos meus pais. O namorado, escrevi uns poemas bobos, escutei musica boba e passou. Com relação a amiga, passei a entender que o que nos unia era (é) maior do que a distância absurdamente geográfica. Mas desta vez é diferente.


Quando a gente passa a não acreditar nas pessoas, é a dor que não sei como vai passar. Não poder acreditar naquelas para quem endereçamos mentalmente os convites do casamento, do batizado dos filhos e para todas as outras celebrações ou fins de semana. É realmente uma sensação tão assoladora que me faz sentir frio.


Já tem mais de sete dias que tento lidar com essa solidão. Esse estado constante de não ter com quem contar. E realmente não dá para viver assim. Há quem dedique seus dias para girar o mundo sobre seu epicentro.


Mas eu prefiro dividir meu epicentro com todos os umbigos possíveis. Porque meu umbigo é o outro.


Então hoje sei que terei que separar as trevas da luz e dar vida as coisas e designar nome a elas. E o nome que dou ao meu sentimento é socorro. Peço socorro para a gentileza e para uma palavra tão em desuso de prática: amizade.


Se você encontrar um amigo... bata uma foto. É material em extinção...


Então vou recriar minhas crenças e refazer um universo, sem Papai Noel, sem namoradinho que se vai, sem a presença constante da minha amiga Mor e sem todos aqueles que um dia acreditei que eu podia acreditar. Eu só queria entender se passo a acreditar e outras verdades ou continuarei enganando o coração.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Ensaio sobre a tristeza


Não há explicação científica que me convença.
A tristeza é inerente ao ser humano.
E se sentir assim é um benefício à humanidade.
Afinal, viver num eterno comercial de creme dental não dá.
Cansa os músculos e a paciência.
Sabe a felicidade imutável dos iludidos, os últimos a saberem a tragédia própria em que estão submersos?
Ser feliz assim não quero. Essa felicidade é tristemente infeliz.
Quero dizer... pessoas! Sejam tristes ao menos um dia... uma hora.
Porque??
Porque a tristeza é útil. Para conter ânimos sem noção desagradáveis.
Para nos humanizar, sim... pessoas que não sentem tristeza não são solidárias com pessoas tristes.
Mas acima de tudo... fique triste simplesmente por não saber porque...
É a espera, é o medo, a incerteza e até mesmo a angústia de ser feliz.
Sinto que pelo menos uma vez ao dia fico triste... por não  ser uma pessoa melhor e por não ter mudado o mundo, inlcusive o meu mundo.
É na verdade a ausência de tristeza que me deixa triste as vezes.
Como agora que anseio em querer as respostas de perguntas que não fiz ou que se quer as tenho.
A eterna insastisfação... Mesmo quando encontramos a saciedade...
Por isso, ensaio a tristeza de vez em quando... ensaio mal para não ter que estrelar esse malfadado espetáculo.

terça-feira, 23 de março de 2010

Nublei


Nublado...
Cinza, carregado...úmido...
Sinto-me nublada como uma nuvem que estraga a manhã de praia.
Como pão molhado e frio.
Ou uma espinha madura no meio do rosto limpo.
Incômodo... desconforto... cansaço...
Ausência de luz, de riso e friso.
vazio... silêncio... sem pensamento...
Sem sentido...
Até a preguiça é nauseante.
Nublado... nublada...
O anúncio da tempestade ou a espera do arco íris?
Amanhã serei sol?
Imprevisivel natureza em que não se escolhe o que é.
Queria ser pôr de sol para sair da obrigação para a liberdade
Queria ser noite para enamorar o brilho da escuridão.
Madrugaria sorrisos, sonhos, sono... até amanhecer eu...
Para novamente nublar.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Ideias em espirais


Eu ia começar a espirar por aqui com um texto que fiz um tempinho atrás... Falava de mim...

Mas procurei e procurei e não encontrei... Vai ver o que o texto dizia sobre mim não se encontra mais... pelo menos na minha pessoa... ou não...então, pra que saber?

E como é um espaço novo, protelado por uma preguiça de cartasear.

É bom começar fazendo um exercicio... Se chama a pirâmide...

Pirâmide porque isso é bem antigo e depois ou falo ou devoro o mundo.


Por que? Pura matemática! Somar ideias, dividir opiniões, diminuir angustias e multiplicar sentimentos...


Onde? No planeta encaracolado das ideias em espirais... uai! O meu planeta!


Como? E para dizer alguma coisa, hoje em dia, nem sempre precisamos falar...


Quando? Sempre que as espirais saltarem!


Quem? Uma mulher que vive num planeta diferente, uma menina de cabelo em espiral e uma garota encaracolada na descoberta de ser feliz!


Senha para adentrar neste planeta...

Sorria, chore, morda, beije, abrace, leia, ouça, fale, duvide, complique, simplifique: Sinta!